Psicóloga em Porto Alegre/RS

Tratamento para Transtorno Bipolar: a verdade que ninguém quer admitir

Introdução
O transtorno bipolar é um dos diagnósticos psiquiátricos mais falados e, paradoxalmente, um dos mais incompreendidos. Para muitos, ele é reduzido a “mudanças bruscas de humor”. Essa visão simplista não apenas desinforma, mas também reforça estigmas, prejudicando quem precisa de tratamento adequado.
Neste artigo, você vai conhecer a verdade sobre o transtorno bipolar, a importância do tratamento contínuo e quais são as formas mais eficazes de manejo clínico.
O que é o transtorno bipolar?
O transtorno bipolar é uma condição neurobiológica crônica que afeta o humor, a energia e a capacidade de funcionamento do indivíduo. Ele se caracteriza por episódios recorrentes de:
  • Depressão: tristeza profunda, desesperança, falta de energia, pensamentos de morte.
  • Mania ou hipomania: euforia, aceleração de pensamentos, impulsividade, redução da necessidade de sono, comportamentos de risco.
Essa alternância de estados não é voluntária, nem mero “jeito de ser”. Ela decorre de alterações na regulação cerebral, influenciadas por fatores genéticos, neuroquímicos e ambientais.
A verdade incômoda: o transtorno bipolar não desaparece
O aspecto mais difícil de aceitar é que o transtorno bipolar não tem cura definitiva. Assim como diabetes ou hipertensão, ele exige tratamento contínuo e acompanhamento especializado.
Muitos pacientes sofrem recaídas graves ao interromper a medicação ou abandonar a psicoterapia, acreditando estarem “curados”. A consequência pode ser devastadora: perdas financeiras, rupturas familiares, hospitalizações e risco aumentado de suicídio.
Tratamentos eficazes para o transtorno bipolar
1. Medicação
O uso de estabilizadores de humor, antipsicóticos e, em alguns casos, antidepressivos é essencial. O tratamento deve sempre ser acompanhado por psiquiatra.
2. Psicoterapia especializada
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) auxilia na regulação das emoções, identificação de gatilhos e prevenção de recaídas.
O EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing) contribui no tratamento de traumas associados, comuns em pacientes com bipolaridade.
3. Estilo de vida estruturado
Sono regular, atividade física, alimentação equilibrada e redução de álcool e drogas são pilares indispensáveis para a estabilidade do humor.
4. Educação do paciente e da família
Entender o transtorno, reconhecer sinais de alerta e criar uma rede de apoio faz toda a diferença na adesão ao tratamento.
O perigo da romantização
É comum ouvir que pessoas com transtorno bipolar são “mais criativas” ou “têm maior sensibilidade”. Embora seja verdade que alguns talentos possam coexistir com o diagnóstico, romantizar a doença é um erro perigoso.
Ignorar o sofrimento real e os riscos envolvidos atrasa o tratamento e pode aumentar as crises.
O que acontece sem tratamento?
A falta de acompanhamento leva a:
  • Aumento de hospitalizações.
  • Risco de suicídio até 20 vezes maior que na população geral.
  • Endividamento e dificuldades profissionais.
  • Relações familiares e sociais fragilizadas.
Uma vida possível com tratamento adequado
A boa notícia é que, com adesão ao tratamento, é possível viver de forma estável e produtiva. Muitos pacientes alcançam carreiras bem-sucedidas, constroem famílias e desenvolvem projetos de vida significativos. O segredo é a constância no cuidado.
Conclusão
O transtorno bipolar não é uma sentença de sofrimento, mas também não pode ser minimizado. A verdade que ninguém quer admitir é que ele não desaparece — mas pode ser manejado com ciência, responsabilidade e acompanhamento especializado.
Com o tratamento adequado, pacientes bipolares podem alcançar estabilidade e qualidade de vida.
Psicóloga Suleima Penz
CRP 07/14771

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