Psicóloga em Porto Alegre/RS

A verdade sobre o TDAH em adultos que ninguém quer admitir

Por muito tempo, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) foi considerado um diagnóstico “infantil”. A crença comum era de que, ao chegar à vida adulta, os sintomas simplesmente desapareceriam.
A verdade — que muitos ainda resistem em admitir — é que o TDAH não some com o tempo. Ele apenas muda de forma.
O TDAH não é falta de foco — é dificuldade em regular o foco
O adulto com TDAH não é “distraído” por falta de vontade. Ele apresenta uma alteração neurobiológica que afeta os circuitos responsáveis pela atenção, impulsividade e controle executivo.
Isso significa que ele pode hiperfocar em algo que desperta interesse — e, ao mesmo tempo, ter extrema dificuldade em concluir tarefas rotineiras.
Essa instabilidade não é preguiça, nem desorganização proposital. É um padrão de funcionamento cerebral diferente, que exige compreensão e estratégias específicas.
O impacto silencioso na vida adulta
O TDAH na vida adulta raramente se apresenta da mesma forma que na infância. A inquietação física dá lugar a uma inquietação mental: pensamentos acelerados, dificuldade de priorizar, sensação constante de estar “atrasado” para a própria vida.
Sem diagnóstico e tratamento adequados, o TDAH pode gerar:
  • procrastinação crônica e sobrecarga mental;
  • dificuldade em manter rotinas, metas e organização financeira;
  • impulsividade em decisões profissionais ou afetivas;
  • sentimento persistente de frustração e autocrítica;
  • risco elevado de ansiedade e depressão secundárias.
Muitos adultos chegam à psicoterapia esgotados, acreditando que têm “problemas de disciplina”, quando na verdade enfrentam um transtorno legítimo e tratável.
O que o tratamento pode mudar
O manejo do TDAH em adultos requer uma abordagem combinada:
✔️ Avaliação clínica criteriosa — realizada por psiquiatra e psicólogo, com base em critérios diagnósticos específicos.
✔️ Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) — para desenvolver estratégias de organização, gestão do tempo, regulação emocional e reestruturação de crenças de fracasso.
✔️ EMDR — quando há traumas associados a experiências de humilhação, rejeição ou autocrítica intensa, frequentemente presentes nesse perfil.
✔️ Acompanhamento médico — uso criterioso de medicação quando indicado, para estabilizar a atenção e impulsividade.
Com o tratamento correto, o adulto com TDAH pode viver com clareza, produtividade e autoconfiança, sem sentir que está sempre lutando contra si mesmo.
A verdade que liberta
O TDAH não é um rótulo, nem uma limitação definitiva. É uma forma diferente de funcionamento que, quando compreendida e tratada, pode ser gerenciada com sucesso.
Negar sua existência apenas prolonga o sofrimento e alimenta a culpa.
Reconhecer o TDAH na vida adulta é o primeiro passo para transformar a autocrítica em autoconhecimento — e reconstruir uma vida com mais coerência, leveza e propósito.
Psicóloga Suleima Penz
CRP 07/14771

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