Psicóloga em Porto Alegre/RS

A verdade sobre os traumas que ninguém quer admitir

Muitas pessoas acreditam que o tempo cura tudo.

Mas quem trabalha com a mente humana sabe: o tempo não cura traumas — apenas os silencia por um tempo.

O trauma não se apaga com o passar dos anos. Ele permanece ativo no corpo e na mente, influenciando emoções, comportamentos e escolhas, mesmo quando a consciência já esqueceu os fatos.

O que é, de fato, um trauma psicológico?

Trauma não é apenas o evento em si, mas o impacto emocional e fisiológico que ele causa.
Duas pessoas podem viver uma mesma situação — uma se recupera naturalmente, outra permanece presa à experiência, reagindo a lembranças, sons ou sensações como se o perigo ainda existisse.

Isso acontece porque o trauma não é armazenado como uma lembrança comum.
Ele fica registrado no sistema nervoso, em forma de hiperalerta, congelamento ou respostas automáticas de defesa. O corpo “lembra” mesmo quando a mente tenta seguir adiante.

O mito do “seguir em frente”
Crescemos ouvindo que é preciso ser forte, esquecer o passado, deixar as coisas no lugar delas. Mas “seguir em frente” sem processar o que foi vivido significa, na prática, carregar o trauma para o futuro. Ele se manifesta em sintomas como:
  • ansiedade sem causa aparente;
  • dificuldade de confiar;
  • sensação de estar sempre em alerta;
  • distúrbios do sono;
  • irritabilidade, culpa ou vergonha persistente;
  • baixa autoestima e medo de se expor emocionalmente.
O corpo e a mente continuam tentando resolver aquilo que não foi elaborado.
O trauma não tratado molda o comportamento

Muitas vezes, o trauma não se mostra como lembrança dolorosa, mas como padrões repetitivos: relacionamentos que reencenam abandono, medo de intimidade, necessidade de controle, autossabotagem. Esses comportamentos são tentativas inconscientes do cérebro de encontrar uma forma de reparar o que ficou em aberto.

A ciência por trás da cura
O tratamento de traumas exige uma abordagem baseada em evidências e sensível à neurobiologia do estresse.
Entre as mais eficazes estão:
  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): auxilia na reestruturação de pensamentos disfuncionais e no enfrentamento de crenças limitantes.
  • EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento por Movimentos Oculares): método reconhecido pela Organização Mundial da Saúde, que atua diretamente no processamento das memórias traumáticas, permitindo que o sistema nervoso finalize o ciclo de defesa e retorne ao equilíbrio.
Essas abordagens não apagam o passado, mas libertam o presente da influência do trauma.
A verdade que liberta

O trauma não tratado não desaparece. Ele se reorganiza em sintomas, atitudes e repetições.
A cura não vem do esquecimento, mas do processamento seguro e gradual da dor, com suporte profissional adequado.

O objetivo não é reviver o sofrimento, e sim integrar o que aconteceu — de modo que a experiência deixe de controlar a vida atual.

Psicóloga Suleima Penz
CRP 07/14771

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